Sucedem-se relatos do seu desaparecimento na calada da noite. Imagens de santos, brasões, colunas e sacrários furtados, já sem contar com o que é vendido para Espanha. “Roubam tudo, imagens, sacrários, talhas, até as colunas das ermidas”
MADRUGADA de 18 de Maio. A rádio de Monsanto emitia a triste notícia: “A coberto da noite, vândalos criminosos, ainda não identificados, roubaram, nesta madrugada, mais um Brasão de Armas Reais de Monsanto, uma peça importante do conjunto histórico das chamadas “Portas de Santo António”, situadas no lado poente da Vila, da época Manuelina. A população de Monsanto está muito justamente revoltada contra esta delapidação do seu património secular e pede medidas adequadas contra os criminosos. Quem souber de informações acerca deste roubo é favor contactar, com a máxima urgência, a GNR ou a Junta de Freguesia de Monsanto”.
Assim desaparecia, tal como o próprio Brasão de Armas da Vila de Monsanto, há vários anos, subtraído do alto do Castelo, o Brasão Manuelino, cravado na porta poente da muralha da vila de Monsanto. Desta vez, conta António Catana, o conhecido investigador do concelho de Idanha, “removeram totamente a pedra onde o brasão se encontrava esculpido. Tiveram, para isso, que trazer uma carrinha para o transportar, é decerto uma rede bem organizada e ninguém na vila se apercebeu deste roubo durante a noite”.
O investigador idanhense, que muito tem contribuído para a valorização do património histórico-cultural do seu concelho, seja o património construído e objectos de arte, seja o inumerável manancial de património imaterial, com as cantigas, as lendas e orações, os usos e costumes, com sucessivas edições, dá-nos conta da sucessiva delapidação do património regional. “Em Novembro, da igreja matriz de Proença-a-Velha, “foram retiradas quatro colunas do altar-mor e os quatro anjos do altar lateral, a imagem do Espírito Santo e ainda mais uns castiçais e tochas”, lamenta António Catana. Na noite de 12 de Dezembro, mais um saque, desta vez na Ermida da Senhora da Granja, situada no caminho rural entre Proença-a-Velha e a Aldeia de Santa Margarida. “Roubaram o trono e o sacrário em talha dourada e duas colunas laterais. Roubam tudo o que tem valor, imagens, sacrários, talhas, até as colunas das ermidas”, lamenta. Há 20 anos, já haviam sido pilhados da isolada ermida duas dezenas de ex-votos (também conhecidos pelos quadros dos milagres). Investigações da Polícia Judiciária conseguiram reaver, algures no Alentejo, apenas dois desses valiosos objectos de arte sacra, recorda. Na noite de 4 para 5 de Janeiro deste ano de 2009, “foram roubadas duas colunas laterais do próprio alpendre da Ermida de Santa Catarina, situada em São Miguel D’Acha. Para melhor remover uma das colunas, os larápios chegaram a remover uma das pedras do lajedo”, esclarece, acrescentando que, nessa mesma noite, foi subtraída toda a escadaria em cantaria de uma casa abandonada próximo da igreja, no coração da aldeia.
“Para além de ser um património de muito valor histórico e cultural é a própria identidade local e regional que vai desaparecendo”, lamenta o investigador.
MADRUGADA de 18 de Maio. A rádio de Monsanto emitia a triste notícia: “A coberto da noite, vândalos criminosos, ainda não identificados, roubaram, nesta madrugada, mais um Brasão de Armas Reais de Monsanto, uma peça importante do conjunto histórico das chamadas “Portas de Santo António”, situadas no lado poente da Vila, da época Manuelina. A população de Monsanto está muito justamente revoltada contra esta delapidação do seu património secular e pede medidas adequadas contra os criminosos. Quem souber de informações acerca deste roubo é favor contactar, com a máxima urgência, a GNR ou a Junta de Freguesia de Monsanto”.
Assim desaparecia, tal como o próprio Brasão de Armas da Vila de Monsanto, há vários anos, subtraído do alto do Castelo, o Brasão Manuelino, cravado na porta poente da muralha da vila de Monsanto. Desta vez, conta António Catana, o conhecido investigador do concelho de Idanha, “removeram totamente a pedra onde o brasão se encontrava esculpido. Tiveram, para isso, que trazer uma carrinha para o transportar, é decerto uma rede bem organizada e ninguém na vila se apercebeu deste roubo durante a noite”.
O investigador idanhense, que muito tem contribuído para a valorização do património histórico-cultural do seu concelho, seja o património construído e objectos de arte, seja o inumerável manancial de património imaterial, com as cantigas, as lendas e orações, os usos e costumes, com sucessivas edições, dá-nos conta da sucessiva delapidação do património regional. “Em Novembro, da igreja matriz de Proença-a-Velha, “foram retiradas quatro colunas do altar-mor e os quatro anjos do altar lateral, a imagem do Espírito Santo e ainda mais uns castiçais e tochas”, lamenta António Catana. Na noite de 12 de Dezembro, mais um saque, desta vez na Ermida da Senhora da Granja, situada no caminho rural entre Proença-a-Velha e a Aldeia de Santa Margarida. “Roubaram o trono e o sacrário em talha dourada e duas colunas laterais. Roubam tudo o que tem valor, imagens, sacrários, talhas, até as colunas das ermidas”, lamenta. Há 20 anos, já haviam sido pilhados da isolada ermida duas dezenas de ex-votos (também conhecidos pelos quadros dos milagres). Investigações da Polícia Judiciária conseguiram reaver, algures no Alentejo, apenas dois desses valiosos objectos de arte sacra, recorda. Na noite de 4 para 5 de Janeiro deste ano de 2009, “foram roubadas duas colunas laterais do próprio alpendre da Ermida de Santa Catarina, situada em São Miguel D’Acha. Para melhor remover uma das colunas, os larápios chegaram a remover uma das pedras do lajedo”, esclarece, acrescentando que, nessa mesma noite, foi subtraída toda a escadaria em cantaria de uma casa abandonada próximo da igreja, no coração da aldeia.
“Para além de ser um património de muito valor histórico e cultural é a própria identidade local e regional que vai desaparecendo”, lamenta o investigador.
In Jornal do Fundão - online, 25/02/2009